quarta-feira, dezembro 28, 2005

o virtuoso, o moço que é uma jóia e os badalhocos *


O que os diferentes pontos de vista têm de bom é poderem contribuir para a verdade e esta verdade que aqui escrevo à boca cheia é como a democracia: cada um tem a sua e todos nós partilhamos no fundo um e único cenário ou como os políticos tanto gostam de lhe chamar, conjuntura de factos. No fundo o virtuoso, a jóia e os badalhocos partilham os mesmos defeitos e atitudes dependendo somente do tempo que lhes é dado. Penso que um badalhoco hoje poder-se-á tornar uma jóia amanhã porque a diferença entre ser virtuoso e estar virtuoso existe.
Isto para dizer que tal como em democracia também eu invoco o meu direito de resposta:
e então fiquemo-nos pelos factos: o irmão da tia mila o jaime disse: eu só ajudo se os outros ajudarem, não foi por isto que lavei loiça fiz filhoses ou serrei lenha mas sim pela estaca de ferro que senti espetar-se no coração da minha adorada titi enquanto pensava: um badalhoco tá a dormir, coitado tava cansado do trabalho, o outro tem o gado para tratar, a este doem-lhe os ossos a minha filhota só chega à noite e o jantar ainda nem começou a ser feito... quem então vai ser a jóia virtuosa que se disponibilizará a trabalhar enquanto organizo e penso em tudo o que ainda tem de ser feito? obviamente fui eu que senti a dor alheia. O trabalho não me mete medo e invoco agora essa escritora do virar do século vinte Catherine Something e que escreveu os Pioneers um livro sem a mínima ponta de tesão, aliás quando lhe perguntavam - à Alexandra Bergshaw - se ia foder ela respondia que não que ia sachar e do qual a única lição que retirei foi de que o torpor é morrer e que a vida reside na luta, curiosamente era a sua amante quem lhe batia os livros à máquina mas a democracia é isso mesmo, a artista estava demasiado ocupada a pensar para ser ela própria a bater os seus livros...
p.s.: também comi azevias, e estavam bem boas, fui eu que as fiz.

3 Comments:

At dezembro 29, 2005 4:14 da tarde, Blogger kyler said...

prontos assumo sou um badalhoco de 1.ª água. não estava a acreditar nas tuas azevias, de design alternativo, enquanto as fazias; estava a gostar mais das azevias conservadoras da bruxa lili. definitivamente o que é agradável à vista não é necessariamente agradável aos outros sentidos, e vice-versa

 
At dezembro 29, 2005 7:29 da tarde, Blogger dmns said...

Estou envergonhado mas é tão bom estar à lareira.

 
At dezembro 29, 2005 10:10 da tarde, Blogger metatron said...

só é pena que a filipa não tenha provado as minhas filhoses... mas enfim como disseste quem faz boas filhoses nem sempre é um bom partido e vice-versa.

 

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